sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Gerenciando diferenças culturais no mundo globalizado

Saiu no globo.com hoje: “Suíça islâmica é proibida de usar adereço na cabeça durante jogos de basquete”. Uma jogadora suíça de crença islâmica foi proibida de usar o seu hijab. Ainda não sei se concordo ou não, simplesmente reflito. Um lenço na cabeça, ainda que faça referência a uma religião, faria mesmo tanta diferença? Causaria manifesto, mal-estar, rivalidade, guerra santa?

Como sempre, alguma história vem à mente. Já estava morando na Cidade do México, trabalhando no Departamento de Compras, em que a maioria dos fornecedores era judia. Estávamos recebendo muitas visitas, pois era época de compras para a próxima temporada. O cumprimento usual era o burocrático aperto de mão.

Um dia como qualquer outro, recebendo um fornecedor como qualquer outro – foi o que eu pensei, eis que eu estendo a minha mão para cumprimentá-lo e fico em um vácuo terrível. Tratava-se de um judeu ortodoxo. Mal-estar! Fiquei mal, não há pior sensação do que ser propositalmente ignorado.

Quem está certo, quem está errado? Ninguém está certo e ninguém está errado. Ao mesmo tempo, não existe um modo de “como agir nesses momentos”. Eu era latina, estava no México onde é sinal de educação e respeito cumprimentar o outro com aperto de mão. Ele, judeu, também estava no México e, por uma questão religiosa, não podia encostar em uma mulher fora do seu núcleo familiar em período menstrual. Na dúvida, não podia encostar em nenhuma. A religião de alguma forma acaba sobrepondo o social.

Respeito. Respeito é algo que deve existir entre culturas. Entendimento e compreensão, ainda que não haja concordância. O fato é que no dia-a-dia tudo isso fica complicado, pois ainda não se sabe como gerenciar essas diferenças na vida prática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário